Sobre
a água, as águas mansas, flutuam
negros
pássaros, que negro é o seu manto
e
a sede alheia, a sede já cansada de o ser…
Querem
a nascente e a foz, sôfregos,
para
que não sobre uma só potável gota,
represa
das suas estranhas sedes, das águas turvas.
Como
pode a água, a água que silva de pedra
em
pedra na ribeira, não pertencer
ao
Sol que a beija, à terra que a embala
e
à sede natural dos nossos lábios?