terça-feira, 24 de setembro de 2019

ÁGUA LIVRE



Sobre a água, as águas mansas, flutuam
negros pássaros, que negro é o seu manto
e a sede alheia, a sede já cansada de o ser…

Querem a nascente e a foz, sôfregos,
para que não sobre uma só potável gota,
represa das suas estranhas sedes, das águas turvas.

Como pode a água, a água que silva de pedra
em pedra na ribeira, não pertencer
ao Sol que a beija, à terra que a embala
e à sede natural dos nossos lábios?