Envelhecemos como as pedras
e o primeiro sinal é não ouvir; ouvir mal.
Treinámos a vida inteira,
fomos selectivos , usamos filtros.
Mas agora não. É o sentido
que definha e morre o bicho do ouvido.
Às pessoas pedimos que repitam
e o tom da música temos de subi-lo.
Mas o chilrear dos pássaros
e o assobio da brisa nos ramos da árvores
não há como tê-los decorado:
é tarde agora para os aprender
a quem nunca lhes dedicou uma só ária.