Havia um fio não sei de quê,
que fazia não sei onde
um efeito de qualquer coisa.
Passado algum tempo o fio secou, extinguiu-se, não sei,
não lhe era dado apreço de virtude
e as pessoas lamentaram o seu desaparecimento.
Que fazia muita falta, que era um fio como só ele
e não era um fio qualquer. Era um fio condutor,
exímio, claro, em conduzir.
Tanto assim foi, que um dia o fio resolveu voltar.
Mas as pessoas já se tinham esquecido dele
e perguntavam-se na rua e entre vizinhos:
- que faz este fio aqui?
Como ninguém soube responder, o fio foi-se de vez,
desfiado, como acontece aos fios que se indignam,
dizendo muito mal das pessoas,
que não me atrevo a expor aqui.