Lá vão de novo os poetas
para a lua. Que sina esta!
Sublimam rimas e tretas
e zás: está feita a festa.
Sabem vocês o porquê,
atreitos da prosa solta,
o que é que um poeta vê?
Não vê aqui, olha em volta.
Pronto: caldo entornado!
Água benta e presunção…
Não, nada mais errado:
é ver com o coração.
E olhem, que sempre vos digo,
- não há bela sem senão –
há poemas a que não ligo,
quer eles rimem, quer não.