segunda-feira, 28 de outubro de 2013

CANTAR DE AMIGO


O que me mentem as tuas mãos, quando acenas?
Sei lá se te despedes com ganas ou me dizes adeus,
com ares de exuberância imitada ou apenas
fátua negaça,  se me insinuas vai ou vem com deus.

Tenho dúvidas, tenho por traquejo muita dificuldade
em saber  se realmente me honras e me tens em alta
ou se apenas é comum em ti dar azo à vulgaridade
de adeusar quem fica e adejar quem já não te faz falta.

Cobro o mesmo: sou amigo de quem sempre fui;
não precisas de fingir, nem te exijo esse empenho
e não tenho pretensões ao que do nada nasce ou flui,
mas apenas do que de amizade  por ti ainda tenho.