terça-feira, 2 de outubro de 2012

ERA PARA TE ESCREVER E NÃO ESCREVI



O que tinha para te dizer eram uis, ais
de mim, e não os achei relevantes:
coisas miúdas, não tinha comigo vogais,
e a par sobravam-me as consoantes.

Esbocei ainda uma mão cheia de frases,
daquelas que insinuam outras, suspeitas,
e doutras que não são certezas, mas quases
e desisti por serem todas frases feitas.

Pensei: que lês tu do que eu te escrevo,
queres lá saber se morro ou passo fome!
O teu interesse não está no meu acervo,
mas lá onde haja ecos do teu nome.