Não nos reconhecemos,
passamos um pelo outro,
acenámos por boa educação
e mais nada. O nevoeiro das notícias
distorce o nosso olhar
e deixa-nos estranhos, mundivalentes
de ofício, de olfato, como os cães.
Não ladramos, ainda, é certo,
mas já marcamos terreno
no mundo que nos passa a correr
à frente do nariz, sem fonte e sem raiz.