terça-feira, 21 de novembro de 2023

VERSOS PERDIDOS


Com o tempo sucumbem os versos quebradiços,

mesmo os que antes giravam em carrossel,

são agora memórias, talvez reais, submissos,

e tresandam a tinta e a folhas de papel.

 

Mudam os tempos dos verbos para os passados,

que os há também actuais, sobreviventes

à custa do garimpo e da salvação dos mal-amados

versos que um dia foram chatos, impertinentes.

 

Não há meio de conseguir uma conciliação

e os versos, felizes com a escolha, é o que penso,

assomam às folhas perdidas, de aluvião,

 

cuidando confundir-me, quais carvões de incenso,

mais não podem que uma tremenda confusão,

há tanto tempo perdidos, nem eu a eles pertenço.