Soletro
devagar a palavra frágua
e
gosto do que me chega ao ouvido,
capaz
de incendiar toda a mágoa,
se
o fogo fizer algum sentido.
Escrevo
a palavra lume e apago-a,
queima-me
os dedos, a tinta ferve,
uma
tempestade num copo d’água,
apenas
isso, para mais não serve.
São
afinal palavras, nada mais…
Não
sei que voltas dão, saem pela boca,
não
passam de pequenos sinais
e
o que demais trazem é coisa pouca.
Um
grito, um pedido, um lamento…
Caem
como as folhas; leva-as o vento.