Não
assistirei à floração dos jardins da Lua,
não
chegarei a tempo para ver as flores radioactivas
explodirem
cinzentas, nem o pó da natureza nua
cobrindo
as vinhas doces que foram prometidas.
A
Lua perdeu pontualidade sobre as ondas do mar
e
é agora sombra da própria sombra rara e escura.
O
tempo ganhou penumbra; perdeu de vez o luar
e
morre junto à praia, que a Terra encharca de secura.
Não
voltarei, que errante me perco na espessa neblina,
em
tufos de gás e fumos, que o chão expele agastado.
Das
fases ficou aviso para o vazio que domina
e
o brilho, o encanto dos jardins, memória do passado.