Não
assistirei à floração dos jardins da Lua,
que
me importa, se apenas a quero olhar…
Basta-me
pálida, de manhã cedo, se saio à rua
ou
noite fora, nua, lambendo o sal do mar.
Como
agora se esconde, depois reaparece,
num
jogo permanente de sombras e de segredos.
Ora
em carne viva, ora quando desaparece,
qual
areia fina que escorre por entre os dedos.
E
sem o desejar volto aos presumidos jardins
lunares
com botões de rosas, buganvílias, lilases,
esculpidos
como futuros magistrais gradins.
Tudo
é sonho e, tal como as da Lua, são fases.