Uma
procissão de palavras com maior
ou
menor sentido, encharcadas de fé ou fértil imaginação,
caminha
com devoção à frente do poema.
Alguma
serventia terão. Mas não será por isso
que
o céu a todas abrirá os portões de ouro e mogno
-
que, sendo o céu o que é, assim deverá ser –
porque
agora é tarde e faz tempo que o poema deixou a praça.
Ide,
digo-lhes, por hoje é tudo,
amanhã haverá nova safra e tudo começará de novo.
Cabisbaixas,
regressam aos subúrbios da memória.
Oiço-as
grazinar à medida que se afastam
porque
é com elas que eu também regresso
e
ao poema não importa a minha ausência.