Um anjo cristalino, qual fusão da bruma,
vela por devoção o mar aberto.
Mergulha em cada onda
como se fossem as nuvens do seu céu de infância.
O mar conforta, consola a sua vastidão
e, em pouco tempo, o anjo e o mar
fundem-se num elemento só:
o anjo é meio água e o mar meio anjo.
Mente o horizonte se disser
que o sol se acolhe no seu regaço,
porque o seu sono e o seu sonho
repousam ao fim da tarde no olhar do anjo
bondosamente louco.