O cabelo solto nas águas do rio
no momento preciso em que te vejo
é, árvore de encanto, o desafio
de te comemorar num beijo.
Quis o destino, disse então,
olhar-te tremente na água fria
e depois beijar-te a delicada mão
ou ramo, oferecido à luz do dia.
Permaneceste imóvel, imaculada,
sem folhas, sequer um fruto por inquilino.
Só o rio, de nós três, caminhava
rumo à foz, ao mar, ao seu destino.