Que dirão de nós os pássaros,
se se importam com a coexistência humana
e a ancestral inveja do imenso céu
em que vivem.
Que dirão de nós os pássaros,
se algum dia julgaram útil engaiolar-nos,
pelo prazer de nos ouvir barafustar
uns com os outros e com o mundo
em volta do cativeiro, imaginando que cantamos.
Que dirão de nós os pássaros,
se a nossa ridícula alma é o pouco que em nós voa,
se é que temos alma.
Que dirão de nós os pássaros?