domingo, 10 de abril de 2016

SINAIS DE FOGO


As manhãs rompem ou não conforme o sol;
cedo dão o primeiro sinal de vida e de alerta:
primeiro sonolentas, a passo de caracol,
depois, bem, depois já não é ciência certa…

Faz-se tarde, os sinais descobrem o velho
dia entorpecido, cor cinzenta, como prata
e a noite, que já se ornamenta ao espelho
cai como lâmina que fere mas não mata.

Vespertino o dia dá sinais de desalento,
de azuis que fingem altivez e desafogo
e desvanecem aos poucos com o vento.

Se não é agora já não será mais logo:
o dia implode mas o seu atrevimento
dá-lhe coragem e o primeiro sinal de fogo.