Ao
entardecer o mar é imenso e calmo. Dorme.
escurece
o xisto das falésias e a noite
faz-se
acompanhar de estrelas refulgentes.
O
Sol partiu; mergulhou exausto no oceano.
Descansa
agora. Na praia há silhuetas de gaivotas,
que
tresandam a peixe. Porém, vistas ao longe,
mantêm
o alvo encanto como se voassem.
Dizem-me
que na minha voz se ouve o mar
e
ele murmura lá ao fundo como quem fala…
As
nuvens vermelhas acabam de sucumbir. Iradas.
Sobrevem
o sono e o sonho. Todas as fantasias.
Um
olhar de não ver, não vislumbra os batéis
que
a esta hora demandam o peixe de amanhã.
Ancorados
nos pesqueiros conhecidos,
pescam
o pão nosso ao relento de cada noite.
Quando
o farol faz a sua aparição,
aquieta-se
o vento, digo, nos nossos sentidos. É o tempo da maresia
e
da espuma das ondas (um traço branco) que a lua denuncia.
O
pano escuro que a noite tece a todos enfeitiça,
a
todos mente e nós gostamos que nos minta.