sexta-feira, 24 de julho de 2015

VISITA IMAGINÁRIA A BRECHT


Por que haveria de chover de forma tão copiosa
no dia que desembarquei em Augsburg,
vindo de Munique, 
quarenta e quatro anos após a morte de Bertolt Brecht?
No ramo, os cravos vermelhos
pendiam como lágrimas de choro convulsivo
e as suas pétalas tingiram o chão
já encharcado de outros  prantos.
Dramatizo. Não era assim tanta a chuva.
Não era Augsburg, não era Brescht, não eram cravos
e muito menos chorando de forma tão pouco digna.
O mais provável é não ter feito esta viagem
nem este texto ser meu.
Toda a literatura de Brecht grita dentro de mim.
Isso é verdade.