Será o dia que agora rompe e nasce
o que espero por uma vez ser o dia?
Com ou sem diadema o dia faz-se,
e que mais há que a véspera prometia?
Descrito o semicírculo, o dia morre.
Depois é noite, como eu por dentro,
tacteando o sangue que em mim corre
e desagua num mar de desalento.
Sejam anos-luz o dia que me espera,
seja o sol já gasto, perdido no escuro,
há-de ser um dia o dia e quem me dera
hoje mesmo chamar-lhe já futuro.