Atava o sol, se ele deixasse,
na ponta, com um cordel,
e ficava de olho neledo lado que mais brilhasse.
Deixava-o brincar no céu,
levando-o sempre p’la mão,
como se fosse um balão
de ar quente e só meu.
Abraçava o sol, se pudesse,
cuidava dele noite e dia
e eternamente fazia
com que nunca arrefecesse.
Beijava-lhe as mãos e o rosto,
com desvelo redobrado
para ficar sempre acordado
e nunca mais haver sol-posto.
Se o sol quisesse, subisse,
se não quisesse, ficasse,
mas que desse sempre a face
do local de onde o visse.