Os
teus olhos, melhor,
o
teu olhar
uma
lágrima
com
o arco-íris dentro
um
cravo vermelho
um
par de asas por estrear
e
outro par de brincos de cereja
o
teu olhar, já tinha dito?
beijos,
como novos, que não encontraram
os
lábios de destino
uma
gotinha d’água do Alentejo
uma
mesa de tripé com quatro pernas
para
não se confundir com as de cinco
trinta
folhas de amoreira
sobrantes
da última Primavera
dezenas
de gavinhas secas
que
por algum motivo fui juntando
e
o último suspiro de um cisne
guardado
numa campânula de vidro.
Gostava
de ter acrescentado os teus olhos,
melhor,
o teu olhar,
mas
esqueci-me.