Houve
um tempo em que todos
usávamos
brilhantina e
ninguém
se achava ridículo.
Afinal,
o mundo não acabou,
nem
por essa nem por outra razão,
mais
ou menos ridícula.
Fumávamos
cigarros mata-ratos
e
o seu nome não nos dava nojo
nem
sequer nos parecia ridículo.
Os
escudos dos primeiros ordenados
eram
miseráveis e ridículos
tal
como hoje os empregos e os euros.
As
valentes palmadas que levávamos
pelas
aventuras mais ridículas,
nunca
saberemos o efeito que tiveram.
Lembramos
hoje, tão bem, o ridículo
dos
primeiros beijos não familiares
e
sentimos amargos de boca.
O
ridículo nunca se toma por presente
e
nós, que um dia o fomos sem saber,
somos
ridículos agora que o sabemos.