sábado, 16 de maio de 2020

DE CASTELO BRANCO


Estive sempre de frente, Castelo Branco,
já te disse tudo o precisas e o que não gostas;
foi no teu chão que me fiz gente, vou ser franco:
fico triste quando aos teus viras as costas.

Sem ressentimentos, nada de queixas, azedumes,
apenas me entristecem as provincianas vaidades,
os sorrisos falsos, as meias verdades, os ciúmes,
mas nada que mate, que não te eleja entre as cidades.

Das Águas Férreas até à Mina, caminho antigo,
até ao cruel betão a que aderiste, as novas avenidas;
nada tem segredos, nada que me indisponha contigo.
O berço e a matriz é que nos pregam estas partidas…