A
ideia de me encontrar num futuro remoto
não
está completamente posta de parte:
eminente vate, rotulado de coisista, morto,
não
sabendo ainda se todo o verso é arte.
De
uma coisa, pelo menos, tenho a certeza:
ninguém
vai encontrar por ali a poesia,
que
o legado em versos é somente natureza,
enquanto
a dita com o poeta morreu um dia.
Aplaudam,
no entanto, a mágica composição
de
usar palavras comuns –sombras e ardis –
e
com elas tanger as harpas do coração.
E
interpretem, tomem-nas em mãos, como se diz,
e
cantem-nas como se fosse vossa essa canção,
que
também foi para isso que um dia a fiz…