segunda-feira, 6 de junho de 2011

JOSÉ GOMES FERREIRA

VIANA DO ALENTEJO, 6 DE JUNHO DE 2011
APESAR DA CHUVA TORRENCIAL DE ONTEM, AS PAPOILAS DESTA MANHÃ VERMELHAVAM COMO NUNCA!

Em quantos dos teus livros escrevinhei
cumplicidades, elogios e outras simetrias?
Bebi nos teus versos muito do que sei:
das palavras, das raivas e das alegrias.


Certa manhã, de melíflua luxúria, viajei
para Campolide no carro em que seguias
e, posso garantir-te, também eu reparei
na mulher reclinada na tua companhia.


Da simbiose de murmúrios e protestos,
brotaram ímpias odes e manifestos,
com a ardência de súplica verdadeira.


Criaste versos de chumbo, clandestinos,
com remetente e endereço de destino:
abaixo-assinado, poeta, José Gomes Ferreira.