Um verso surreal desconversava
para quem o queria ouvir
e quanto mais explicações dava,
um dia destes havemos de lá ir.
-Impossível, berrou o verso alterado,
isso não faz qualquer sentido,
não sou lá visto nem achado
e o mais certo é ser excluído.
Feitas as pazes, o surreal entrou no texto.
Primeiro a medo e mais tarde contrafeito…
- Ficas num verso mudo, dentro do contexto
e que te faça muito bom proveito.
Amuado, a um canto da improvisada estância,
pergunta aos demais e nenhum lhe responde:
aqui ninguém me dá qualquer importância;
posso ir lá também, mas aonde, aonde?