segunda-feira, 27 de outubro de 2025

DESASSOSSEGO

 


(De)terminando o último capítulo,

com a morte na algibeira

para uso eventual e indesejado,

dei comigo a pensar a cores.

 

Pensei num qualquer presságio,

desses que ocorrem por avistamentos

ou indigestões avulsas, mas era o arco-íris,

tão inesperado e efémero como sempre.

 


terça-feira, 14 de outubro de 2025

DA POESIA


Do poema não espero nada;

nada, longe vá o agoiro…

mas da essência da poesia esperada,

dessa quero todo o seu oiro.

 

Metediços, os versos alcoviteiros

espreitam à tona, espiando a obra

e por fim remetem-se aos canteiros

da folha morta que enfim sobra.

 

Aborrecem-me rimas e brancas,

subir e descer os versos perfilados:

- Poesia, porque não estancas

as veias aos versos fracassados?